Orientações de Santo Antão:
* "Quem não tiver sido tentado não poderá entrar no reino do céu. Se suprimires a tentação, ninguém se salvará."
* A maior obra dos homens é esta: ser capaz de manter seus pecados diante de Deus e estar preparado para a tentação até o último suspiro.
* Aquele que senta-se em solicitude e quietude escapou de três batalhas: ouvindo, falando e vendo. Mas mesmo assim ele tem uma constante guerra: no seu próprio coração.
* O demônio teme a humildade, o bom trabalho e o jejum. Ele não consegue impedir a minha boca de falar contra ele. A ilusão do demônio logo desvanece especialmente, se o homem se arma com o Sinal da Cruz. O demônio treme ao Sinal da Cruz do Nosso Senhor, porque Ele triunfou sobre ele e o desarmou.
*Segundo o Santo Antão, as tentações são manifestamente uma condição indispensável para se entrar no céu. É através das tentações que o homem obtém um faro do Deus verdadeiro. Sem tentação o homem estaria no perigo de apoderar-se de Deus e torna-lo inofensivo e inócuo. Pela tentação, porém, o homem experimenta existencialmente a sua distância de Deus, sente a diferença entre o homem e Deus. O homem permanece em luta constante, enquanto Deus repousa em si mesmo. Deus é amor absoluto, enquanto o homem é continuamente tentado pelo maligno.
*Se ouvirdes atentamente a minha voz e guardardes a minha aliança, sereis minha propriedade especial entre todos os povos, porque minha é a terra, e vós constituireis para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa. Ex. 19,5-6.
*Aproximai-vos de Cristo, pedra viva, eleita e estimada por Deus, também vós, como pedras vivas.
Vinde formar um templo espiritual para um sacerdócio santo, a fim de oferecer sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por Jesus Cristo.
*Sois uma estirpe eleita, sacerdócio real, gente santa, povo trazido à salvação, para tornardes conhecidos os prodígios dAquele que vos chamou das trevas para a luz admirável. 1Pd. 2, 4-5
*Caríssimos, não descuidemos de nossa salvação. Sabei que se alguém se entrega a Deus de todo o coração, Deus tem piedade dele e lhe concede o Espírito de conversão.
*Sabemos que desde as origens do mundo, os que encontraram na Lei da Aliança o caminho do seu Criador foram acompanhados por sua bondade, sua graça e seu Espírito. Mas os homens, incapazes de exercerem sua inteligência segundo o estado da criação original, inteiramente privados de razão, sujeitaram-se à criatura em vez de servir ao Criador.
*Eu vos suplico, irmãos, penetrai-vos bem da maravilhosa economia da salvação.
*Todo ser dotado de inteligência espiritual, aquele para quem veio o Senhor, deve tomar consciência de sua própria natureza, isto é, deve conhecer-se a si mesmo.
*Seja-vos dado tomar bem consciência da graça que Ele vos deu. Não é a primeira vez que Deus visita as suas criaturas. Ele as conduz desde as origens do mundo e, de geração em geração, mantém cada uma desperta pelos acontecimentos de sua graça. Não negligenciemos, pois, chamar a Deus dia e noite. Fazei violência à ternura de Deus. Do céu Ele vos enviará Aquele cujo ensinamento vos permitirá conhecer o que é bom para vós.
*Filhos, é certo que nossa enfermidade e nossa humilhação são dor para os santos e causa das lágrimas e gemidos que oferecem por nós diante do Criador do Universo.
*Compreendei bem o que vos digo e declaro: Se cada um de vós não chega a odiar o que é da ordem dos bens terrestres e a isso não renunciar de todo coração, assim como a todas as atividades que daí dependem, se não chega a elevar as mãos e o coração ao Céu para o Pai de todos nós, não é para si a salvação. Mas se fazeis o que acabo de dizer, Deus vos enviará um fogo invisível, que consumirá vossas impurezas e devolverá vosso espírito à sua pureza original. O Espírito Santo habitará em vós, Jesus permanecerá junto de nós e poderemos adorar a Deus como é devido.
*A todos os meus irmãos muito amados, a todos vós que vos preparais para vos aproximardes do Senhor, saúdo nEle, irmãos caríssimos, vossa natureza espiritual.
*Que Deus abra os olhos de vosso coração para que percebais os múltiplos malefícios secretos, lançados todos os dias sobre nós no decorrer do tempo. Faço votos que Deus vos dê um coração clarividente e um espírito de discernimento a fim de vos apresentardes a Ele como uma vítima pura e sem mancha.
*Persuadi-vos bem que vosso ingresso e vosso progresso na obra de Deus não são obra humana, mas intervenção do poder divino que não cessa de vos assistir.
*Sede, pois, vigilantes, caros filhos, não permitais que vossos olhos durmam nem que vossas pálpebras dormitem, mas clamai dia e noite a vosso Criador para que vossos pensamentos se firmem no Cristo.
*No Senhor eu vos suplico, caros filhos, deixai-vos penetrar bem pelo que vos escrevo. Voltai vossa alma para vosso Criador. Perguntai a vós mesmos o que seria possível retribuir ao Senhor por todas estas graças. É tão grande a sua bondade que Ele quis que o próprio Sol se ponha a nosso serviço nesta habitação de trevas, assim como a Lua e as estrelas, para sustentar fisicamente um ser cuja fraqueza o condenaria a perecer. Não sofreram por nós os patriarcas? Não nos dispensaram os sacerdotes os seus ensinamentos? Não combatiam por nós os juízes e reis? Não foram mortos por nós os profetas? Não sofreram os Apóstolos perseguição por nós? E não morreu por todos nós o Filho bem amado? Agora é a nossa vez de nos dispormos a ir ao nosso Criador pelo caminho da pureza.
*Meus caríssimos no Senhor, a vós que sois co-herdeiros dos santos, rogo que desperteis em vosso coração o temor de Deus. Preparemo-nos, pois, santamente, e purifiquemos nosso espírito para sermos puros a receber o batismo de Jesus e a nos oferecermos como vítimas agradáveis a Deus. O Espírito Consolador, recebido no Batismo, nos conduzirá a nosso estado original.
*Caros irmãos, chamados a partilhar da herança dos santos, agora estais próximos de todas as virtudes. Todas elas vos pertencem se não vos embaraçais na vida carnal, mas permaneceis transparentes diante de Deus. É a pessoas capazes de me compreender que escrevo, a pessoas em condições de se conhecerem a si mesmos. Quem se conhece, tem a obrigação de adorar a Deus como convém.
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