Orações para alcançar a humildade



Oração para alcançar a humildade (Santa Teresinha)

Ó Jesus, estando Vós sobre a terra, dissestes: "Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e achareis descanso para a vossa alma." Ó poderoso Monarca dos Céus, a minha alma acha o seu repouso contemplando-Vos revestido das aparências e da natureza de escravo, abaixando-Vos até lavar os pés aos Vossos discípulos. Recordo, ó Jesus, as palavras que, para me ensinardes a humildade, pronunciastes nessa ocasião: "Eu vos dei o exemplo, para que, assim como eu vos fiz, assim vós também façais. Não é o discípulo maior do que o seu mestre... Se sabeis estas coisas, bem-aventurados se as praticardes".
Senhor, eu compreendo estas palavras saídas do Vosso coração, manso e humilde, e quero praticá-las, ajudada pela Vossa divina graça. Quero humilhar-me e sujeitar a minha vontade à de minhas irmãzinhas, sem nunca contradizê-las, sem investigar se têm ou não sobre mim direito de mandar.
Ninguém, meu Deus, tinha este direito sobre Vós, e todavia obedecestes, não só à Santíssima Virgem e a São José, mas até aos Vossos algozes! E na Santa Eucaristia pondes o cúmulo ao Vosso aniquilamento.
Com que humildade, ó Divino Rei da glória, obedeceis a todos os sacerdotes, fervorosos ou tíbios no Vosso divino serviço! Eles podem apressar ou retardar a hora do sacrifício, e Vós estais sempre pronto a descer do Céu.
Ó meu bom Jesus, como Vos mostrais manso e humilde debaixo do véu da hóstia imaculada!
Ah! não poderíeis Vos humilhar demais para me ensinar a humildade! Para corresponder, pois, ao Vosso amor, quero colocar-me no último lugar e partilhar Convosco as humilhações, afim de ter parte Convosco no reino dos Céus. Suplico-Vos, Divino Jesus, me mandeis uma humilhação toda vez que ousar elevar-me sobre os outros.
Mas oh! como sou fraca; de manhã proponho ser humilde, e à noite reconheço ter pecado por orgulho.
Vendo-me tal, sou tentada a desanimar, mas sei que também o desânimo é orgulho. Portanto, quero fundar a minha esperança somente em Vós, meu Deus.
E já que Vós sois todo poderoso, concedei-me esta virtude, muito desejada. E para que eu seja atendida, repetirei: "Jesus, manso e humilde de coração, fazei o meu coração semelhante ao Vosso!"




Humildade e Mansidão

Humildade é uma virtude moral, podemos nascer com ela, mas pode ser trabalhada.
Santa Teresa D’Avila disse: “ Ser humilde é andar com a verdade”.
Deus é a verdade, então humildade é busca da verdade, é andar na presença de Deus.
Porém, existe o perigo da humildade artificiosa, ruim, que é não reconhecer os dons que Deus nos deu. Fingir humildade não reconhecendo que todas as coisas boas que temos vem de Deus. Humildade é agradecer a Deus os dons que temos.
É não reconhecer que tudo que vem do mal é fruto nosso, e o que é bom vem de Deus.
Humildade tem a ver  com a nossa relação com Deus.
O oposto da humildade é a vaidade (pecado capital).
Humilde é aquele que se põe a serviço numa atitude de alegria, e, não se deixa afetar pelas honras, nem pelas desonras. Não se deixa afetar pela calunia. Não se coloca como merecedor de nada.
Humilde também é quem nunca esta com o olhar sobre as faltas dos outros, sobre os pecados alheios. É aquele que tem consciência de suas  fraquezas e age com caridade, ao contrário do soberbo, para quem todo erro do outro é motivo de fuxico, porque não tem consciência de seus próprios erros. Portanto, não criticas os erros dos outros é fruto da humildade.
Um dos frutos da humildade é a magnidade, o vôo do espírito, da nossa alma, para as coisas grandes, não quanto ao luxo, mas enquanto aos valores, voltado para as coisas de Deus.
A magnidade é algo bom quando se anseia as coisas de Deus e se olha com desprezo para as coisas injustas. (Sl 14)
Alguém que não é humilde é soberbo e alma mesquinha se apega a coisas mesquinhas, e faz a pessoa perder mais tempo com as coisas más do que com o bem. Leva a não ter um bom relacionamento para com Deus, a negar toda a dependência de Deus.
O humilde tem consciência de que em tudo dependemos de Deus, já o soberbo julga tudo como mérito próprio, nega a ação de Deus em sua vida, e, se opõe a Deus (Tg 4, 6).
A humildade nos relaciona com Deus. Quem não tem essa relação de aceitação de Deus, como ensina Santo Agostinho: diante da Palavra seja humilde por aquilo que você lê, reflete e vai contra em tua vida, mas sem criticar aquilo que você lê mais não compreende.
A nos relaciona com o próximo, essa relação com Deus se extravasar na relação com o próximo.
O primeiro principio para se exercitar a humildade é olhar para seus valores e atribuí-los à graça de Deus.
O segundo é se colocar numa atitude para com Deus de Filho, de criança confiante.
O terceiro é despertar a mansidão, porque a humildade vem com a mansidão, e, a mansidão estimula a humildade. Sempre estas virtudes estão acompanhadas uma da outra.
A palavra humildade vem de “Húmus” – Filho da Terra, obra criada, então humilde não é aquele que se deprecia, ao contrário é a valorização da obra de Deus em nós.
Humildade não é ignorância com relação ao que somos, é ter conhecimento do que somos e o que nos falta. Aqueles que se rebaixam diante dos outros para parecer humildes cometem um pecado.
Humildade não é sinônimo de fraqueza, a humildade e a mansidão domam, mais não tornam fracos.
Trabalha-se a mansidão a humildade aparece. A mansidão age na vontade, na sensibilidade e se externa nas palavras, gestos e maneira de ser.
A virtude da mansidão não caminha sozinha vem com a paciência, fortaleza e principalmente com a caridade.
O exercício da mansidão é calar-se na hora da ira, é manter a alma serena, com brandura, mas em nada significa aceitar um erro, fechar os olhos para o que está errado.
Não se conformar com o pecado e querer sua correção são atos virtuosos, ais quando se age querendo vingança contra aquele que pecou, se comete um pecado igual.
Mansidão e humildade nos levam a Deus.
Mansidão e paciência nos levam ao próximo.
A mansidão nos leva fé, a doçura, a gentileza e a afabilidade.
O paganismo exalta o forte e sacrifica os fracos, o cristianismo sacrifica os fortes em favor dos fracos.
A mansidão e a humildade passam pelos relacionamentos e devem ser usadas em relação as nossas próprias fraquezas, ao conhecimento de nossas fragilidades, e nos levar a agir com misericórdia.
Mansidão e humildade na hora que se tem à verdade para corrigir.
Mansidão e humildade na oração, na correção dos filhos.
Um coração magoado e ferido é capaz de suas de suas feridas e fazer delas um veneno.
Um coração ferido tem que mergulhar no perdão, um coração magoado tem que sarar na oração.
O inimigo se vale das brigas, das intrigas e da maledicência para segurar o Espírito, para reter a alma de junto de Deus. São as coisas mesquinhas e pequenas que mais nos prendem.
Mansidão e humildade diante da Sagrada Escritura. Mansidão e humildade para com a Igreja. Mansidão e humildade no exercício da obediência e da confiança Mansidão e humildade para ser incapaz dd sentir ódio.  Mansidão e humildade para se desprover do orgulho.
Só quem tem uma alma como de criança pode progredir na vida espiritual  (Mt 7, 12)
Ser manso e humilde é entrar pela porta estreita (Mt 7, 13)
Diante da ira seja manso, diante de um elogio seja humilde (Rm 12, 17)
Não está errado em querer ser o primeiro a servir, a questão é como conquistar.
Deus nos deu os dons para serem usados, potências para serem exploradas, força para ser valida, porém o detalhe é, sempre no amor.
Não perca a força, a energia, mas se deixe domar por Deus.


Padre Reginaldo Manzotti
Ladainha da humildade
Cardeal Merry del Val
Ó Jesus, manso e humilde de coração, ouvi-me.
Do desejo de ser estimado, livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de ser amado, livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de ser conhecido, livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de ser honrado, livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de ser louvado, livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de ser preferido, livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de ser consultado, livrai-me, ó Jesus.
Do desejo de ser aprovado, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de ser humilhado, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de ser desprezado, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de sofrer repulsas, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de ser caluniado, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de ser esquecido, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de ser ridicularizado, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de ser infamado, livrai-me, ó Jesus.
Do receio de ser objeto de suspeita, livrai-me, ó Jesus.
Que os outros sejam amados mais do que eu, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.
Que os outros sejam estimados mais do que eu, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.
Que os outros possam elevar-se na opinião do mundo, e que eu possa ser diminuido, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.
Que os outros possam ser escolhidos e eu posto de lado, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.
Que os outros possam ser louvados e eu desprezado, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.
Que os outros possam ser preferidos a mim em todas as coisas, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.
Que os outros possam ser mais santos do que eu, embora me torne o mais santo quanto me for possível, Jesus, dai-me a graça de desejá-lo.


    Para citar este texto:
Cardeal Merry del Val - "Ladainha da humildade"
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/index.php?secao=oracoes&subsecao=ladainhas&artigo=humildade&lang=bra 
Online, 29/12/2014 às 21:53h